quarta-feira, 7 de março de 2018

13 anos, drogada, prostituída:


A vida de Christiane F. 

Christiane aos 13 anos, em foto que se tornaria capa de seu livro.
 Sua infância em Hamburgo seria o submundo da violência, da criminalidade e das drogas que tomavam conta de sua cidade natal quando os Beatles se apresentavam por lá – e quando ela nasceu. A jovem alemã cresceria rumo a um destino especialmente precoce, marcado pelas drogas e pela prostituição antes mesmo de completar 14 anos. Outra marca de seu destino, porém seria o sucesso de seu relato, contando justamente essa dura história de infância e adolescência, no livro autobiográfico Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída. 

O livro, lançado há 40 anos, venderia milhões de cópias instantaneamente, chocando e fascinando não só a austera sociedade alemã do final dos anos 1970, como a todo o mundo, contando quatro anos da vida de Christiane – dos 12 aos 15 anos de idade – atravessados entre o vício de heroína e outras drogas e a prostituição infantil, e revelando a dura realidade das ruas da Berlim ocidental da época, onde ela vivia. Três anos depois de seu lançamento, em 1981 a história seria adaptado para um filme, estrelado por David Bowie, também alcançando vasto sucesso e transformando a personagem de Christiane em um ícone do aspecto pop que as drogas podem trazer, assim como do lado sombrio – e real – que sua história revelava sobre a juventude do mundo todo. Christiane se tornava ao mesmo tempo uma junkie star e uma bandeira sobre o mal das drogas; uma estrela e uma denúncia.

Aos 15 anos, época em que escreveu o livro com dois jornalistas.
Por trás de toda essa incrível e assombrosa trajetória, havia, no entanto, uma pessoa – uma menina, passando por tais imensas dores do crescimento sob os holofotes do mundo, lutando contra o vício e as curvas de sua própria história, migrando violentamente da pobreza extrema e da dureza das ruas de Berlim para a fama e a riqueza sem qualquer preparo ou apoio. Quando livro foi lançado, Christiane tinha somente 16 anos – quando o filme chegou às telas, ela tinha 19. Ninguém acreditava, então, que aquela jovem perdida sobreviveria muitos anos – e até hoje não acreditam que ela ainda está viva.

Os 40 anos de seu histórico relato (lançado em 1978, com mais de 5 milhões de cópias vendidas desde então) são, no entanto, também símbolo de seus 56 anos de vida, a serem completados em maio próximo. Christiane Vera Felscherinow segue viva, ainda lutando contra as drogas, vivendo dos direitos de sua história, com uma das mais famosas histórias de vício em todo o mundo.
Eu sou e vou continuar sendo uma junkie star”, ela diz, a respeito do fato das pessoas até hoje lhe pedirem autógrafos e fotos. “Um animal de feira”.
Quando tinha somente 6 anos de idade sua família se mudou para Berlim, e foi aí que tudo desmoronou. Filha de um pai abusivo e de uma mãe negligente, com a separação de seus pais Christiane passou a se aventurar pelas pobres e perigosas ruas da cidade. Antes dos dez anos já estava envolvida em pequenos furtos e começando a beber. Aos 12 anos consumia haxixe e LSD, e conheceu Detlef, seu namorado de então (assim como diversos outros personagens imortalizados no livro) na boate Sound. Aos 13, descobriu a heroína em um show de David Bowie, e aos 14 já se prostituía. Aos 15, encontrou-se com os jornalistas Kai Herrmann e Horst Rieck e com eles dividiu sua história de vida. O livro seria desenvolvido em uma parceria entre os jornalistas e Christiane.

Berlim em meados dos anos 1970, com a entrada da boate Sound à direita

O livro revelou as experiências de uma geração na Alemanha que, em muito, refletia as experiências de diversos jovens pelo mundo. Ela e outros adolescentes frequentavam a estação Bahnhof Zoo, próxima ao zoológico, na região mais decadente de Berlim, onde se prostituíam, comprovam, vendiam e consumiam drogas. O estilo cru e direto com que o livro foi escrito – a força da franca e fluente exposição de uma vivência tão dura e intensa por uma criança, como que revelando um lado real, assustador inclemente e especialmente próximo da juventude de modo geral – não só ajudou no sucesso da publicação como fez de Christiane F…. um importante documento sobre o tema.
A estação de metrô Bahnhof Zoo no final dos anos 1970.

Desde o lançamento e até hoje Christiane admite que jamais esteve totalmente longe das drogas – entre períodos limpos e recaídas intensas, em 2013 ela confirmou que seguia bebendo, fumando maconha e lutando contra o vício em metadona. Mesmo se livrando eventualmente da heroína, o álcool e a cocaína seguiram como seus parceiros de vida – ela confirma que jamais quis de fato desistir das drogas. “Eu não conheço nada além disso”, afirmou há cinco anos, quando do lançamento de seu último livro, Eu, Christiane F., a vida apesar de tudo – espécie de segunda biografia, em continuação primeiro, lançada em 2013.
A atriz Natja Brunckhorst vivendo Christiane em cena do filme baseado no livro.

É difícil encontrar notícias a seu respeito depois de 2013, quando ganhou a atenção da mídia novamente por conta do lançamento, mas não é difícil supor que sua vida siga sendo de luta e, em paradoxo, resignação diante do vício – talvez com o aniversário de seu primeiro livro ela volte a atualizar sua história.
Cinco anos atrás ela dizia que ainda bebia e fumava maconha pois, sem isso, “a vida na Terra não seria suportável”.Depois do sucesso, Christiane contraiu hepatite C em uma seringa compartilhada, no início dos anos 1980, teve cirrose hepática, foi presa algumas vezes, teve um filho em 1996, perdeu, reconquistou e novamente perdeu a custódia de sua criança. Na abertura de seu último livro, ela diz: “Eu morrerei em breve. Eu sei disso. Mas eu não deixei de fazer nada em minha vida. Estou bem com isso. Então, eu não recomendaria: essa não é a melhor vida para se viver, mas é a minha vida”.



E é partir de tal paradoxo que sua vida se constituiu, para o mal e para o bem. Talvez não reconhecer a ambiguidade do uso de drogas em geral seja um dos mais graves e alienantes preconceitos ao se pensar sobre o tema – e que a história de Christiane ajuda a iluminar. Para além da questão policial e de sua relação direta com a violência (provocada não pelos consumidores, mas sim pela proibição e falta de regulação), as drogas podem ser, para muitos, um alento, algo que lhes permite atravessar as contrariedades que a vida sempre tem. Seu perigo está justamente no imenso prazer e alívio que podem trazer – no quanto elas podem fazer bem, enquanto ao mesmo tempo podem destruir a vida de quem as usa em excesso.
Por trás da personagem, porém, Christiane Vera Felscherinow seguiu e segue sua vida, lutando contra o vício que ela própria admite que a ajuda a ainda estar aqui, tentando ter uma vida que não se defina somente pelas substâncias que ingeriu e ingere, mas sim por quem ela é – uma mulher corajosa e forte, que decidiu oferecer ao mundo as próprias feridas para que, quem sabe, outras como ela não precisem atravessar o mesmo calvário pesado. A vida, apesar de tudo – como seu livro diz – pode ser sempre mais do que somente nossas dores e vícios.

terça-feira, 6 de março de 2018

Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire – Livro


Introdução: As páginas que se seguem e que propomos como uma introdução à Pedagogia do Oprimido são o resultado de nossas observações nestes cinco anos de exílio. Observações que se vêm juntando às que fizemos no Brasil, nos vários setores em que tivemos oportunidade de exercer atividades educativas;
Um dos aspectos que surpreendemos, quer nos cursos de capacitação que damas e em que analisamos o papel da conscientização, quer na aplicação mesma de uma educação realmente libertadora, é o “medo da liberdade”, a que faremos referência no primeiro capítulo deste ensaio.
Não são raras as vezes em que participantes destes cursos, numa atitude em que manifestam o seu “medo da liberdade”, se referem ao que chamam de “perigo da conscientização”. “A consciência crítica -dizem- é anárquica.” Ao que outros acrescentam: “Não poderá a consciência crítica conduzir à desordem”? Há, contudo, os que também dizem: “Por que negar? Eu temia a liberdade. Já não a temo”!

As Prisões de Piotr Kropotkin - Livro


 A experiência de Kropotkin na prisão foi relatada em seu livro, “As Prisões“. Vou resumir. A prisão não coíbe os atos antissociais; pelo contrário, aumenta seu número. Não reabilita quem prende, podem reforma-la o quanto quiserem, será sempre uma privação de liberdade, um sistema falso, como um convento, que torna o prisioneiro cada vez menos apto a vida social. Não atinge o que propõe. Mancha a sociedade. Deve desaparecer por consequência. Resto de barbárie, com mescla de filantropia jesuitística, o primeiro dever da Revolução será acabar com esses monumentos da hipocrisia e da vileza humana, que chamam de prisões. Na sociedade igualitária, entre homens livres, onde todos trabalhem para todos, onde todos tenham recebido um educação sadia e se apoiem mutuamente em todas as circunstâncias da vida, os atos antissociais não se produzirão. A maior parte destes careceriam de fundamento, e o resto será arrancado em semente. Sobre os indivíduos de inclinações perversas que a sociedade atual nos legará, teremos que impedir-lhes que desenvolvam seus maus instintos. E se não conseguirmos, o corretivo, honrado e prático, será sempre o tratamento fraternal, o apoio moral que há em todos, a liberdade, por fim. Isto não é utopia; isto que se pratica com indivíduos ilhados, se converterá em prática geral. E tais meios serão mais poderosos para reprimir e melhorar que todos os códigos, que todo o sistema vigente de castigos, fonte abundante de novos crimes, de novos atos contra a sociedade e indivíduo.

Libertação Animal e Revolução Social Brian A. Dominik – Livro

Veganarquismo – Os Veganarquistas

Desde algum tempo para cá, a libertação animal e os ativistas que lutam em seu nome têm sido confundidos num discurso e ação turbulentos. Apesar das teorias sobre a libertação animal e o seu ativismo serem raramente bem recebidos, ou tomados com seriedade pelo pensamento maioritário esquerdista, muitos anarquistas começam a reconhecer a sua legitimidade, não apenas como causa válida, mas também como um aspecto integral e indispensável da teoria radical e da prática revolucionária. Enquanto a maioria que se autodenomina anarquista não abraça a libertação animal e o seu modo de vida correspondente – veganismo – um crescente número de jovens anarquistas estão a adotar a ecologia e liberação animal como parte integrante da sua práxis. Da mesma forma, muitos veganos e alfs2 estão a ser influenciados pelo pensamento anarquista e a sua valiosa tradição. Tal é evidenciado com a crescente hostilidade dos ativistas pela libertação animal em relação às estadistas, capitalistas, sexistas, racistas e idadistas normas estabelecidas, que têm escalado a intensidade da sua guerra, não apenas em animais não-humanos, como também nos seus sustentadores humanos. A relativamente nova comunidade de alfs está rapidamente a tomar consciência da totalidade da força que serve de combustível à máquina do especismo, representada pela sociedade moderna. Com o crescer dessa consciência, deverá também crescer a afinidade entre alfs e os seus mais socialmente orientados companheiros, os anarquistas.

A Comuna de Paris segundo Louise Michel Livro

Quando buscamos estudar e compreender mais a fundo a Comuna de Paris de 1871, logo percebemos que não há como explicá-la através de modelos explicativos sólidos ou de arcabouços teórico metodológicos únicos. A Comuna contou com participantes das mais variadas correntes teórico-filosóficas, dentre as quais estavam blanquistas, republicanos, marxistas, anarquistas (proudhonianos e coletivistas), enfim… Isso nos é sabido através dos mais variados estudos e fontes da época. No entanto, a vida real e as experiências vividas por aqueles que vivenciaram e atuaram na Comuna de Paris só pode ser de alguma maneira compreendida por nós, historiadores e estudiosos, através de relatos dos seus próprios atores e não através de modelos interpretativos mais rígidos que a afirmam como vencedora ou como vencida.

Anarquismo básico – Livro


Foi lançado em português o livro “Anarquismo básico“, que mostra os pontos de vista de alguns anarquistas sobre temas contemporâneos do nosso mundo.


Louise Michel A Rebelde

Louise Michel é uma professora libertária, uma das mais importantes revolucionárias da Comuna de Paris. Condenada por ter combatido as tropas de Bismark e o governo colaboracionista de Thiers, assim como milhares de revolucionários ela é enviada para uma colônia penal distante em meio a Oceania, a uma das ilhas do arquipélago da Nova Caledônia. Lá torna-se conhecida e admirada por todos os exilados, fazendo também amigos entre os kanaks, habitantes originários da ilha. Rapidamente Michel aprende sua língua e costumes, lhes ensina francês, e fica ao lado deles quando se rebelam e se insurgem contra a autoridade colonial. Para além de uma ideologia, Anarquia é para Louise Michel uma atitude ética.


Manual de Agricultura Urbana

Atualmente mais de 60% da população mundial vive em cidades, o que implica na demasiada exploração dos recursos naturais de forma displicente, que resulta em excessivo aumento da demanda acelerada de alimentos, energia e água, e um aumento da poluição do ar, rios, lagos e mares. As cidades mantem o ritmo frequente das sociedade do descartes e com isso atingem diretamente o ambiente natural causando grandes estragos, não só quebram o ecossistemas mas também reduzem drasticamente a biodiversidade. Causam grande impacto negativamente para a Terra, nossa obrigação é de buscar e criar alternativas para cidades sustentáveis.

Então precisamos perguntar:O que podemos fazer individualmente e/ou coletivamente, para resolver e combater a poluição ambiental e atuar em favor de uma soberania alimentar?
Existem várias maneiras de seguir, uma delas é a prática através de Agroecologia e Agricultura urbana, a fim de alcançar a sustentabilidade e soberania alimentar.

O que é Soberania Alimentar?
É o direito dos povos de definir suas próprias políticas estratégias e produção sustentável, distribuição e consumo de alimentos garantir o direito à alimentação para todos os povos, com base nas pequenas e médias produções, respeitando suas próprias culturas e a diversidade de formas sejam elas camponesas, produção agrícola, comercialização e gestão do espaço.
O que é Agroecologia?É a agricultura a partir de uma perspectiva ecológica, que é definida como a gestão ecologicamente sustentável dos agroecossistemas através da ação social coletiva que integra o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico moderno para obter métodos de produção que respeitem o meio ambiente e a sociedade. É uma alternativa aos modelos de gestão do agronegócio para ajudar a resolver a crise ecológica e social, gerado pelo neoliberalismo e a globalização da economia…

– Permacultura
– Manejo de resíduos
– Compostagem
– Manejo de dejetos inorgânicos
– Método de cultivo bio-intensivo adaptado a situações urbanas
– Manejo ecológico de pragas
– Como preparar inseticidas naturais

Emma Goldman


 Emma Goldman (Kaunas, 27 de junho de 1869 — Toronto, 14 de maio de 1940) foi uma anarquista conhecida por seu ativismo, seus escritos políticos e conferências que reuniam milhares de pessoas nos Estados Unidos. Teve um papel fundamental no desenvolvimento do anarquismo na América do Norte na primeira metade do século XX.
Nascida em Kovno, no Império Russo (atual Kaunas, na Lituânia), Goldman emigrou para os Estados Unidos da América em 1885 e viveu em Nova Iorque, onde conheceu e passou a fazer parte do florescente movimento anarquista. Atraída pelo anarquismo após a Revolta de Haymarket, Goldman tornou-se uma renomada ensaísta de filosofia anarquista e escritora, escrevendo artigos anticapitalistas bem como sobre a emancipação da mulher, problemas sociais e a luta sindical. Ela e o escritor anarquista Alexander Berkman, seu amante e companheiro por toda vida, planejaram assassinar Henry Clay Frick como uma ação de propaganda pelo ato. Embora Frick tenha sobrevivido ao atentado, Berkman foi sentenciado a vinte e dois anos na cadeia. Goldman foi presa várias vezes nos anos que se seguiram, por “incentivar motins” e ilegalmente distribuir informações sobre contracepção. Em 1906, Goldman fundou o jornal anarquista Mother Earth (Mãe Terra). Em 1917, Goldman e Berkman foram sentenciados a dois anos na cadeia por conspirarem para “induzir pessoas a não se alistarem” no serviço militar obrigatório, que havia sido recentemente instituído nos Estados Unidos. Depois de serem soltos da prisão, foram novamente presos – junto com centenas de outros progressistas – sendo deportados para a Rússia. Inicialmente simpatizantes da Revolução Bolchevique daquele país, Goldman rapidamente expressou sua oposição ao uso de violência dos sovietes e à repressão das vozes independentes. Em 1923, ela escreveu sobre suas experiências entre os bolcheviques, dando forma ao livro Minha Desilusão na Rússia (My Disillusionment in Russia). Enquanto viveu em Inglaterra, Canadá e França escreveu uma autobiografia chamada Vivendo Minha Vida (Living My Life). Com o início da Guerra Civil Espanhola, em 1936, Emma, já com mais de 60 anos, viajou até a Espanha para apoiar a Revolução Anarquista. Durante sua vida, Goldman foi celebrada por seus admiradores, como uma livre pensadora e “mulher rebelde”, e achincalhada pelos adversários, como sendo defensora de assassinatos políticos e revoluções violentas. Seus escritos e conferências abrangeram uma variedade de assuntos, incluindo o sistema prisional, ateísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo, casamento e emancipação das mulheres. Também desenvolveu novas formas de incorporar políticas de gênero no anarquismo. Emma Goldman faleceu na cidade de Toronto, no Canadá em 14 de Maio de 1940. Após décadas de obscuridade, nos anos 1970 a vida e a obra de Emma Goldman voltaram a ser reconhecidas na medida em que acadêmicas, feministas e anarquistas passaram a se interessar por ela. Este interesse implicou uma nova onda de divulgação de seu legado, com publicações de seus artigos e livros sendo relançados, e citações e imagens suas sendo estampadas em camisetas e cartazes.
É creditada a ela diversos ditos marcantes do anarquismo entre estes a famosa frase que diz – “Se não posso dançar, não é minha revolução” – capaz de definir de maneira simples a ideia anarquista de liberdade.

Huey Newton – A história dos Panteras Negras

Huey Percy Newton, nasceu em Oakland, Califórnia, em1942. Desde muito novo observava a truculência da policia no tratamento com Afro-Americanos, durante a adolescência sofreu violência policial várias vezes. Ao completar a maioridade se aproximou das ideias de Malcolm X, e iniciou militância no movimento negro, onde conheceu e desenvolveu amizade com Bob Seale. Os amigos, munidos do mesmo sentimento de indignação frente ao racismo, formaram o famoso Partido dos Panteras Negras. A principio, a ideia de Huey e seale era conscientizar os negros americanos sobre seus direitos, Newton conhecia o código penal e a constituição americana como ninguém, munido de conhecimento legal, passou a organizar reuniões em diversos bairros e cidades da Califórnia, nesses encontros lecionou curso para Afro-americanos, que mais tarde contribuiria para a formação de patrulhas negras que vigiavam o trabalho policial evitando o abuso de autoridade e as práticas racistas tão comuns na época. Nomeado como Ministro da Defesa do Partido dos Panteras Negras, Huey fez uma revolução no sistema de autodefesa contra o racismo, iniciando um programa de conscientização e incentivo ao uso de armas pelos afro-americanos como direito à resistência. No inicio dos anos 70, parcela significativa da população negra americana se armou e enfrentou legalmente toda forma de abuso policial e institucional. A frente dos Panteras Negras Newton formou-se PHD em filosofia pela Universidade da Califórnia e foi o principal responsável pela implantação do primeiro curso de História Afro-americana em uma universidade Estadunidense. Outros feitos importantíssimos realizados pelo “Pantera Negra” foi a implantação de práticas de assistência social. O Partido dos Black Panthers passou, com a liderança de Huey, a distribuir café da manhã para crianças negras carentes, compras básicas como leite, ovos e frutas para famílias afro-americanas pobres que ocupavam os guetos de toda a Califórnia. Junto com Bob Seale e a cúpula do partido, Newton abriu escolas informais para alfabetização de crianças, adolescentes e adultos, em meio ao processo de ensino, os alunos também recebiam ensinamentos sobre a história africana e estética negra, fatores imprescindíveis para o reforço e formação do orgulho negro, que mais tarde desencadearia o movimento Black Power.

O jeito aguerrido e feroz com o qual Newton desafiava o sistema político americano trouxe muitas consequências, uma delas foi a inimizade mortal com o FBI. A instituição tentou de todas as formas acabar com o partido dos Panteras Negras e seus líderes(fatos comprovados por documentos oficiais), o próprio Huey foi indiciado pela justiça duas vezes. A primeira por um tiroteio com as forças policiais, onde um dos policiais foi morto e a segunda detenção por uma acusação de estupro, da qual foi inocentado pela própria vítima e pela inexistência de provas. Perseguido por duas décadas pela política e sistema policial americano, Newton precisou se exilar e fugir da Califórnia por várias vezes, mas sempre se manteve líder do Partido dos Panteras Negras e sua vida virou símbolo de luta e resistência negra contra o racismo institucional americano. Ao longo dos anos 80 e 90 foi lembrado em musicas por rappers famosos como, Tupac Shakur e Notorious BIG e entrou para a cultura pop norte-americana como figura emblemática da história do país.
Em 22 de agosto de 1989, Huey Newton foi assassinado a tiros em Oakland, Califórnia. As investigações, inconclusivas, apontavam como assassino um traficante de 25 anos, que, segundo investigações, não recebera o que devia de Newton. A versão policial, contestada pelo movimento negro e pela justiça americana, nunca chegou a ser concluída como verdadeira. O fato é que Newton foi morto, mas saiu da vida para entrar na história. Seus feitos são lembrados até hoje e o punho fechado levantado, símbolo dos direitos humanos que Huey ajudou a popularizar entre a população negra, ainda causa arrepio entre racistas de todo o mundo.


“O açúcar é um produto químico barato que, travestido de alimento, impregna a dieta do homem contemporâneo, transformando-a na ração patogênica que empurrou a humanidade para a era das doenças crônicas, metabólicas e degenerativas. Se a humanidade quiser se livrar das vergonhosas epidemias de cárie dentária, obesidade, diabetes, hipertensão etc. terá que em primeiro lugar deter o avanço da ditadura do açúcar e expulsar da mesa esse corpo estranho doce e nocivo.

Você sabia que com açúcar se fabrica uma pólvora mais violentamente explosiva que a pólvora que você conhece? E que pode ser usada para o fabrico de bombas caseiras e como propelente de foguetes?
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Você sabia que o açúcar-de-cana não tem nada a ver com a cana-de-açúcar ?
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Você sabia que açúcar não devia se chamar de açúcar? que é um caso de falsidade ideológica ou semântica?
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Você sabia que a glicose com a qual a medicina quer que você seja tolerante os ratos não a toleram?
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Você sabia que duas colheres de sopa de açúcar são suficientes para matar um rato grande?
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Você sabia que de todos os açúcares que você conhece: glicose, frutose, lactose, sacarose, maltose, dextrina, ribose, arabinose, etc. apenas um deles faz mal ao ser humano?
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Você sabe que quando come um pedaço de pizza com catchupe, mostarda e Coca-Cola você ingere açúcar quatro vezes?
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Em sua opinião uma criança obesa é culpada de maus hábitos alimentares ou vítima de uma dieta patogênica?
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Para você açúcar é um alimento ou um aditivo químico? Em sua opinião ele deve fixar residência no Codex Alimentarius ou no Merck Chemical Database ?
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Você sabia que a gordura que você come não engorda? E que existe gordura saudável a despeito da obesidade mórbida?
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Você sabia que, se não comer açúcar, uma pessoa pode jantar e depois dormir sem escovar os dentes e sem se preocupar com cáries?”